Precisamos falar sobre saúde mental do trabalhador

Sofremos influência de vários fatores. Seja por filhos, família, relacionamentos e empregos, sofremos estresse de todos os lados. Todos esses fatores causam algum tipo de estresse em nós: Fadiga, abandono, falta de perspectivas, falta de fé, entre outros.

É normal ter momentos de fraqueza e/ou ficarmos mais reservados em alguns momentos… Não há nenhum problema em se render um pouco, a se voltar para si mesmo e repensar, refletir e se reorientar. Precisamos normalizar momentos em baixa, principalmente em profissionais.

Já assistiu o filme Divertidamente (da Pixar-Disney)? A Tristeza anda lado-a-lado da Alegria, porque são sentimentos complementares. Nenhum profissional está 100% alegre ou triste sempre. E essa pandemia veio para mostrar que surpresas podem acontecer a qualquer momento, seja para o recém formado ou para o trabalhador com 20 anos de experiência.

Difícil é manter um equilíbrio entre tantos fatores, humores e situações.

Difícil, não impossível.

O equilíbrio humano é semelhante à estrutura de um prédio: se a pressão for superior à resistência, aparecerão rachaduras (traumas, fraquezas, dores). Sempre haverá pressão, mas ela não pode ser maior que a resistência senão esse “prédio cai”.

 

Sísifo era um exemplo de resistência/resiliência. Ele foi um personagem da mitologia grega, condenado a repetir sempre a mesma tarefa de empurrar uma pedra até o topo de uma montanha, sendo que, toda vez que estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo – Essa era a sua maldição.  Era como se invalidasse completamente o trabalho duro que ele fez pra chegar lá em cima. Isso é um pouco do que fazemos todos os dias: Quase sempre a mesma coisa, quase sempre no mesmo ritmo, levando a mesma pedra todos os dias.

Cada um tem sua maneira de “levantar suas pedras”. Eu classifiquei 5 perfis de Resiliência. São 5 maneiras de enfrentar esses traumas que passamos todos os dias. E para ilustrar melhor, eu comparei com objetos que sofrem resistência, segundo a física. Lembrando que ninguém nasce e morre com o mesmo perfil, as formas podem variar, mas pense qual é o seu jeito atual de passar por um problema. Vamos a cada um deles:

  • Tipo Filtro: É aquele perfil de pessoa que recebe todo tipo de informação, opinião e crítica, mas ela sabe separar as coisas. Guarda e lembra só do que importa. Ela sabe que mesmo com tudo de ruim que possa acontecer, sempre tem algo que possa aprender e todo dia uma é nova oportunidade. É um perfil que adora meditar, refletir no final do dia e agradecer pelas chances que teve. É o perfil mais otimista.

 

  • Tipo Mola: É uma pessoa forte, que resiste a todo tipo de pressão. Ela já é acostumada em resolver problemas e gosta de desafios. As vezes ela se pega com responsabilidades que nem são dela. Porém, esse perfil reage muito com injustiças e acredita que tudo o que vai, volta. Então ele sempre vai cobrar o trabalho ou o favor. Esse perfil é mais realista.

 

  • Tipo Esponja: É um bom ouvinte e prestativo. Absorve as emoções dos outros. Porém se envolve com problemas que não são seus. Se importa muito com a opinião dos outros. Atrai pessoas problemáticas e dá muita audiência pra tragédias. Facilmente se comove e chora. Esse perfil é mais sensível.

 

  • Tipo Elástico: São pessoas muito corajosas, assumem qualquer problema, porém não conhecem limites. O problema é que elas acabam fazendo mais do que podem, ajudam mais do que necessário e podem acabar se machucando no final das contas (Assim como um elástico muito puxado pode ficar largo e se quebrar). Essa pessoa precisa prestar atenção nos sinais que a vida lhe mostra, como entender que o caminho pode ser outro, ou que as vezes é melhor parar, etc… É um perfil de desafiador.

 

  • Tipo Papel: Assim como a esponja, esse perfil é muito dramático. A diferença é que esse é o momento em que a pessoa prefere estar introspectiva, sozinha e aguentar calada a sua dor. Ela é mais ressentida e amargurada. Ela sabe que confiança nunca volta como antes e sempre que tem chances, volta ao passado pra lembrar aos outros de uma coisa que marcou muito sua vida ou um momento específico. É um perfil mais pessimista.

 

Você se reconheceu em algum desses perfis?

Pronto! Agora que classificamos seu tipo de resiliência atual, precisamos pensar: Como um dia me tornar um tipo mola, ou tipo filtro? Como ser mais realista e otimista em relação aos meus estudos e ao meu trabalho e outros projetos pessoais? E precisamos pensar sobre isso sempre.

Primeiro, você precisa mentalizar os seus projetos de vida. Se ver fazendo o que você gosta é confortante e reduz a ansiedade.

Busque coisas que te relaxam, e que sejam boas pra sua saúde claro. Isso pode ser desde aprender crochê, um prato novo, caminhar, fazer musicoterapia, desenhar, existem infinitas possibilidades.

Filtre as pessoas que você se relaciona. Só faça parte de grupos que te acrescentam em alguma coisa. Se alguém te leva pra baixo, se afaste dessa pessoa.

E lembre-se que você já passou por outras coisas difíceis e as superou. Pode parecer que as coisas não vão melhorar, mas essa não é a primeira vez que você superou um problema.

Cuide antes de tudo, da sua saúde mental, porque empresa, faculdade e sonho nenhum vai cuidar do seu equilíbrio interno se você mesmo se censurar pra fazer um projeto acontecer. Olhe pra dentro de você e aceite as suas limitações, faça tudo no seu ritmo e não se compare a ninguém.

Esse é o primeiro passo. E se você chegou até aqui, então você já deu esse passo. Parabéns!

Continue assim e nos veremos no próximo artigo.

 

 

 

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