Provas discursivas do CNU 2025 exploram temas variados e exigem respostas técnicas e integradas
As provas discursivas do Concurso Nacional Unificado (CNU) 2025, que oferecem mais de 3,6 mil vagas com salários iniciais de até R$ 16,4 mil, trouxeram uma diversidade de temas alinhados a áreas sociais, técnicas e administrativas relevantes para o serviço público brasileiro. De acordo com análises feitas por professores do Estratégia Concursos e Gran Concursos, os candidatos enfrentaram desafios que exigiram conhecimento aprofundado, capacidade de análise crítica e habilidade de conectar teoria e prática em suas respostas.
Temas dos blocos e destaque nas avaliações
Os nove blocos temáticos abrangeram assuntos como seguridade social, cultura, tecnologia, engenharia, administração, desenvolvimento socioeconômico, justiça e defesa, saúde e regulação. Cada bloco apresentou especificidades que fizeram as provas discursivas se diferenciarem em conteúdo e grau de dificuldade.
No Bloco 1, por exemplo, as questões abordaram a relação entre democracia, saúde e políticas sociais, bem como a intersetorialidade no enfrentamento de desastres climáticos, destacando a importância da legislação como a Constituição de 1988 e a LOAS – apontaram as professoras Lígia Carvalheiro e Nilza Ciciliati.
Já o Bloco 2 focou na inclusão digital e manifestações culturais, enfatizando a ampliação do acesso à internet qualificada como ferramenta de direitos e liberdades e a importância de políticas como a Nacional de Cultura Viva, conforme avaliação da professora Júlia Branco. No Bloco 3, a inteligência artificial e a soberania digital motivaram questões que exigiram análise técnica e propostas de políticas públicas para mitigar os impactos socioeconômicos, segundo o professor Eduardo Cambuy.
Dificuldades técnicas e atenção ao formato das provas
Os especialistas destacaram desafios nas provas discursivas, especialmente no Bloco 4, em que temas de engenharia e arquitetura abordaram projetos integrados com foco em acessibilidade, sustentabilidade e saneamento básico, exigindo respostas precisas e multidisciplinares. A professora Letícia Bastos chamou a atenção para o rigor da banca ao exigir menções nominais a equipes técnicas específicas, refletindo o estilo da FGV, organizadora do concurso.
Na área de administração (Bloco 5), os candidatos precisaram lidar com questões complexas, como o papel das emendas parlamentares e a comunicação governamental nas redes sociais, com necessidade de argumentação crítica e visão prática. Já o Bloco 6 tratou do mercado de trabalho e extensão rural, destacando a importância da contextualização prática para além da teoria, apontou Amanda Aires.
Contextualização social, ética e críticas nas temáticas abordadas
Os blocos 7, 8 e 9 expressaram aspectos sociais e jurídicos mais aplicados, conforme indicado pela análise dos professores. No Bloco 7, a prova adotou formato de estudo de caso sobre o Direito Internacional Humanitário e a governança da segurança pública, obrigando os candidatos a respostas específicas e fundamentadas em situações reais, explicou Aragonê Fernandes.
No Bloco 8, o tema das ocupações irregulares das cidades e seus impactos na saúde pública ressaltou a relação entre desigualdade social e políticas públicas, em uma redação argumentativa que exigiu visão sistêmica e compromisso ético, conforme Letícia Bastos. Quanto ao Bloco 9, a mobilidade urbana foi o foco, com necessidade de estruturar respostas que contemplassem o papel do Estado e das agências reguladoras, ressaltou Herbert Almeida. A escolha do tema reforça questões constitucionais e sociais ligadas ao direito ao transporte e desigualdades urbanas, concluiu Rodolfo Gracioli.
Próximas etapas do concurso
Após a realização das provas discursivas, que tiveram cerca de 80% de comparecimento, os candidatos ainda passarão por recursos, avaliação de títulos e verificação das vagas de cotas, com o resultado definitivo previsto para 18 de fevereiro de 2026. O cronograma inclui também etapas de avaliação documental e das autodeclarações relacionadas a políticas afirmativas.
O acompanhamento minucioso dessas etapas é fundamental para os inscritos, que devem manter atenção às publicações oficiais e ao cumprimento das datas para recursos e confirmações, conforme divulgado pelo Ministério da Gestão e Inovação.

