Pesquisa revela que 7 de cada 10 profissionais negros no Brasil sofreram racismo no trabalho, indicando desigualdades e microagressões persistentes

7 de cada 10 profissionais negros afirmam já terem sofrido racismo ou preconceito no ambiente de trabalho no Brasil

Uma pesquisa inédita do Infojobs, realizada em parceria com o Movimento Black Money, revela que um em cada sete profissionais negros no Brasil passou por racismo ou preconceito em seus empregos. A investigação, que ouviu 800 trabalhadores em outubro de 2023, mostra que a violência racial está tão enraizada na rotina profissional que 49% dos entrevistados relataram que o preconceito aconteceu em diversos momentos e contextos, incluindo processos seletivos, promoções e relações hierárquicas.

Desigualdade de oportunidades reforçada por discriminação sutil

De acordo com Ana Paula Prado, CEO da Redarbor Brasil, muitas dessas experiências discriminatórias não são explícitas, sendo muitas vezes microagressões ou comentários desfavoráveis que afetam a autoconfiança, a sensação de pertencimento e a trajetória profissional dos profissionais negros. Ela explica que esses episódios, ainda que pontuais, causam impacto profundo, dificultando o avanço na carreira e gerando insegurança.

Na fase de contratação, o levantamento aponta que 38% dos profissionais negros evitam colocar foto no currículo para não sofrerem pré-julgamentos, uma estratégia de autoproteção diante de experiências passadas de discriminação. Essas atitudes refletem desafios estruturais que ainda precisam ser enfrentados para promover a equidade no mercado de trabalho.

Barreiras na avaliação e na promoção dentro das empresas

Outro dado importante da pesquisa indica que 46% dos profissionais negros acreditam que suas chances em entrevistas presenciais são menores do que a de candidatos não negros. Muitas vezes, essa desvantagem não se dá apenas pelas perguntas feitas, mas por sinais inconscientes como expressões faciais e postura, que podem transmitir dúvida ou desconfiança.

Além disso, 75% dos entrevistados afirmaram que, em seus trabalhos atuais ou anteriores, perderam oportunidades de promoção para colegas menos qualificados, mas não negros, reforçando que o racismo ainda atua na trajetória profissional.

Falta de representatividade e o impacto na liderança

O estudo mostra que cerca de 44,6% dos profissionais negros disseram que não há pessoas negras em cargos de liderança nas empresas onde atuam, mesmo representando a maioria da população no Brasil. Essa baixa presença de negros em posições estratégicas indica que as barreiras começam desde a formação acadêmica, passam pelo preconceito no início da carreira, e se consolidam na falta de oportunidades de crescimento até os níveis mais altos.

Para combater essas desigualdades, Ana Paula Prado reforça a importância de as empresas desenvolverem processos mais transparentes, ambientes mais inclusivos e lideranças capazes de reconhecer e combater o racismo estrutural. Ela destaca que a implementação de tecnologias em processos seletivos, programas de desenvolvimento e metas de diversidade contribuem para criar espaços de trabalho mais justos e inovadores, capazes de promover uma sociedade com mais equidade e oportunidades iguais para todos.

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