Mapa do inglês no Brasil evidencia desigualdade de proficiência que impacta desenvolvimento social e econômico
O Brasil, mesmo após registrar um avanço de 16 pontos em sua pontuação geral no Índice de Proficiência em Inglês EF 2025, apresenta uma profunda e preocupante desigualdade interna na habilidade de falar o idioma. Segundo o levantamento, a **proficiência no país não é homogênea**, formando um que pode ser entendido como um verdadeiro “mapa do inglês”, onde as diferenças entre as regiões mais desenvolvidas e as menos favorecidas ultrapassam os 100 pontos, influenciando diretamente a empregabilidade, a mobilidade social e o desenvolvimento econômico.
Disparidades regionais representam diferenças de mais de 100 pontos na proficiência em inglês
Os dados mostram que os estados do Sul, junto com partes do Sudeste e do Centro-Oeste, lideram o ranking, com regiões classificadas na faixa de Proficiência Moderada, ou seja, pontuação entre 500 e 549. O Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm as maiores notas, com pontuações de 541, 541 e 534, respectivamente, todas na categoria de Proficiência Moderada, acima da média nacional de Proficiência Baixa.
Por outro lado, as regiões do Norte enfrentam pontuações muito abaixo, muitas na faixa de Proficiência Baixa e Muito Baixa. Tocantins registra 424 pontos, Rondônia 434, evidenciando a acentuada desigualdade no acesso ao ensino de inglês nestas regiões. Essas diferenças de pontuação podem superar os 100 pontos entre as regiões mais e menos desenvolvidas do Brasil.
A disparidade se evidencia também na proficiência entre capitais brasileiras
Ao analisar as capitais, a disparidade na proficiência se torna ainda mais evidente. Florianópolis se destaca como a cidade mais proficiente com 577 pontos, seguida por Porto Alegre com 570 e Curitiba com 556. Essas cidades são classificadas na faixa de Proficiência Alta. Por outro lado, as capitais da região Norte têm os piores resultados, como Porto Velho, que registra apenas 408 pontos, na faixa de Proficiência Muito Baixa. Entre as grandes centros urbanos, São Paulo apresenta 518 pontos, enquanto Brasília alcança 544, ambas na categoria de Proficiência Moderada.
Razões por trás das desigualdades de proficiência em inglês no Brasil
De acordo com Eduardo Santos, vice-presidente sênior da Efekta e diretor-geral da EF na América Latina, a disparidade no Brasil não ocorre por acaso, mas reflete fatores estruturais e econômicos. Ele explica que a desigualdade está relacionada às desigualdades históricas e ao acesso desigual à educação de qualidade, *à exposição ao idioma e às oportunidades de uso prático do inglês*. Além disso, Santos destaca que regiões com menor acesso a recursos enfrentam grandes barreiras, como a pouca conexão com plataformas internacionais, recursos educacionais limitados e uma política de ensino de línguas pouco estruturada.
Outro fator importante apontado por ele é o dinamismo econômico, que cria um “círculo virtuoso”. Nas regiões mais dinâmicas, há maior investimento em educação, oferta de aulas de idiomas e ambientes profissionais onde o inglês é uma competência valorizada, o que acelera a mobilidade social e aumenta a empregabilidade. Santos reforça, entretanto, que a solução para essas desigualdades passa por políticas públicas contínuas, formação de professores qualificados e oportunidades reais de prática do idioma, ressaltando que a proficiência é mais influenciada por fatores sociais e governamentais do que pelo poder aquisitivo individual.
