Primeira fase da Fuvest 2026 destaca debate sobre Uberização do trabalho, demonização da CLT e questões relacionadas à Venezuela
Prova da Fuvest 2026 abordou temas atuais como mercado de trabalho informal, direitos trabalhistas e conflitos internacionais
A primeira fase da prova da Fuvest 2026, realizada neste domingo, 23, trouxe questões que refletem temas econômicos, sociais e internacionais presentes na sociedade brasileira. Entre os assuntos destacados, estiveram a uberização do trabalho, a demonização dos empregos regidos pela CLT e conflitos envolvendo a Venezuela. Essas questões demonstram uma preocupação crescente com as mudanças no mercado de trabalho, os direitos dos trabalhadores e as tensões internacionais, além de estimular o pensamento crítico dos candidatos sobre temas atuais.
Dados da prova e perfil dos participantes
Estão inscritos na edição de 2026 da Fuvest 111.480 candidatos para disputar às 8.147 vagas, num dos processos seletivos mais concorridos do país. Além disso, há 98.520 candidatos inscritos e 12.960 treineiros. Segundo Gustavo Monaco, diretor executivo da Fuvest, a abstenção foi de 9,17%, um aumento em relação a anos anteriores, possivelmente devido ao feriado prolongado em que a prova foi realizada. Em 2024, a abstenção foi de 7,48%.
Questões envolvendo o mercado de trabalho e temas interdisciplinares
A prova priorizou a interdisciplinaridade, mobilizando áreas como Geografia, Sociologia, Filosofia, Literatura e Inglês. Algumas questões abordaram temas como a uberização do trabalho e conflitos internacionais, incluindo a situação na região de Nagorno-Karabakh, na fronteira entre Armênia e Azerbaijão, e as discussões sobre a tentativa de anexação do Essequibo, na Venezuela, pela Guiana. Participantes também tiveram que relacionar conhecimentos sobre o meio ambiente e questões sociais, refletindo a complexidade dos temas atuais.
Literatura, leitura e reflexão social
Das obras obrigatórias, a única que não apareceu na prova foi Nebulosa, de Narcisa Amália. A obra mais citada foi Caminho de Pedras, de Rachel de Queiroz. Segundo Vinicius Beltrão, gerente de Ensino do SAS Educação, as perguntas abordaram a participação da mulher na sociedade, a história e cultura de países africanos de língua portuguesa e o contexto mundial. Vera Lúcia Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, destacou que a prova exigiu a capacidade de leitura, interpretação e uso do repertório cultural, indo além da simples memorização dos resumos das obras.
Além disso, uma questão envolvendo a obra Verdade Tropical, de Caetano Veloso, reforçou a importância do papel dos professores na conscientização sobre as diferenças sociolinguísticas no Brasil. Essas questões mostram que a prova buscou avaliar não apenas conhecimentos específicos, mas também a capacidade de compreender temas relevantes na sociedade contemporânea.

