O mercado promissor dos agentes de IA no Brasil
Nos últimos anos, o campo da inteligência artificial tem ganhado força no Brasil, especialmente no segmento dos agentes de IA — sistemas capazes de executar tarefas de forma autônoma, como reservas e análises automatizadas. Profissionais que atuam nessa área sentem-se valorizados e reconhecem o grande potencial de crescimento da carreira, mesmo diante dos desafios de um mercado ainda em formação.
Evellyn Nicole, engenheira pleno em IA na indústria elétrica, aos 22 anos revela: “O que me fez não desistir foi justamente perceber que era uma área promissora”. Ela integra um grupo de profissionais que desenvolve agentes capazes de automatizar processos internos complexos, facilitando o trabalho de analistas e gestores. Essa atuação traz ganhos reais para as empresas em produtividade e eficiência.
O que são agentes de IA e qual o impacto na rotina corporativa
Os agentes de IA empregam inteligência generativa, baseados em grandes modelos de linguagem (LLMs), como o ChatGPT e Gemini, para criar respostas e executar tarefas autonomamente, seguindo objetivos estabelecidos. Eles podem, por exemplo, automatizar atendimento ao cliente, analisar vendas e ajustar cronogramas conforme condições variáveis.
Na prática, o uso desses agentes reduz custos e otimiza resultados, tornando os negócios mais ágeis e inovadores. No cotidiano das companhias, eles funcionam como verdadeiros assistentes digitais, esclarecendo dúvidas em linguagem simples e acelerando tomadas de decisão, como descreve Evellyn: “Esses agentes funcionando como tradutores ajudam qualquer pessoa a obter respostas imediatas sem precisar programar”.
Perspectivas de carreira, mercado e remuneração em crescimento
Segundo dados do Guia Salarial 2026 da Robert Half, os salários para engenheiros de IA no Brasil variam entre R$ 19,5 mil e R$ 27,1 mil, reforçando o valor da especialização. Já a plataforma Catho aponta uma remuneração média que vai de R$ 3,5 mil a R$ 20 mil no regime CLT, considerando o setor de inteligência artificial de forma ampla.
João Gama, técnico em análise júnior de 19 anos, relata sua experiência com agentes de IA no setor de locação de veículos. Ele ajudou a desenvolver um sistema que identifica falhas na frota automaticamente, dispensando uma análise manual e agilizando decisões. Para ele, “quem domina a criação desses sistemas tende a se destacar profissionalmente, já que ainda há escassez de especialistas”.
A demanda por especialistas em IA cresce anualmente acima de 20%, podendo superar 30% mundialmente, conforme avalia Cleber Zanchettin, professor da UFPE e pesquisador do tema. Além disso, novas funções relacionadas aos agentes deverão surgir em breve, como prevê Raphael Bozza, vice-presidente de pessoas do iFood: “Nos próximos três meses, veremos muitos cargos voltados para agentes de IA, ainda sem título formal”.
Desafios e habilidades necessárias para ingressar na área
Embora promissor, o setor enfrenta desafios que impactam os profissionais diretamente. A velocidade das inovações e a ausência de um grande número de especialistas cria um ambiente de constante atualização e, por vezes, sensação de isolamento. Também faltam publicações e literatura técnica em português sobre agentes de IA.
Além disso, as chamadas “alucinações” de IA — resposta incorretas geradas pelos sistemas — exigem supervisão humana constante, o que reforça a importância de conhecimento técnico sólido aliada a uma visão crítica. Evellyn exemplifica: “Um dia o sistema funciona perfeitamente, no outro pode apresentar erro”, o que obriga ajustes contínuos.
Para quem deseja atuar no setor de agentes de IA, recomenda-se um sólido aprendizado em Python e o domínio de ferramentas específicas, como LangChain, OpenAI Operator e Langflow, entre outras. Também é essencial entender fundamentos de IA, machine learning, linguagem natural e análise de dados.
Segundo especialistas, além do conhecimento técnico, são fundamentais um perfil analítico e a compreensão dos processos de negócio para desenvolver agentes que atuem com precisão e eficiência. Participar de eventos como hackathons e encontros sobre inteligência artificial também é uma forma valiosa de aprendizado prático e networking.
João e Evellyn, apesar de exercem funções distintas, concordam que a área de agentes de IA é uma oportunidade rara de unir inovação, impacto direto no mercado e reconhecimento profissional. Trabalhar com agentes de IA no Brasil é, hoje, sinônimo de carreira em expansão com remuneração atraente e desempenho valorizado.

